O mal na mídia

Me parece que a imprensa cristalizou a noção de que o mundo é um lugar de sofrimento e caos. Pois todo noticiário veicula muito mais notícias ruins do que boas. Mas, o noticiário precisa de audiência, como todo programa, eles não podem noticiar o que ninguém quer saber. Daí eu penso que o público não quer saber do bem que existe no mundo.

E não quer porque o bem ele conhece. Já o mal, esse desconhecido, precisamos observar em detalhes, na segurança do lar, para conhecê-lo e, se possível, aprender a evitá-lo. Faz sentido pra mim. Por que uma vítima de estupro, por exemplo, quereria assistir uma notícia sobre estupro na tv? Acho que a vítima mudaria de canal nessa hora. Mas, aqueles e sobretudo aquelas que nunca foram estupradas sentem-se atraídos por esse tipo de informação.

E isso também pode ser notado no nosso dia-a-dia. Meu filho nasceu. É uma ótima notícia. Quantas pessoas se interessaram? Familiares e amigos mais próximos... Se eu levasse um tiro todos os parentes e aderentes, meus colegas de trabalho (presentes e passados), ex-colegas de escola e de faculdade (mesmo de outras turmas), vizinhos, funcionários das padarias, supermercados etc. que eu frequento, enfim, quase todo mundo que sabe da minha existência de alguma forma ficaria sabendo do ocorrido e pediria mais detalhes.
E, dependendo das circunstâncias do crime, minha foto sairia no jornal...

Pra finalizar, o mal, que tanto gostamos de ver, não pode ser tão grande assim. O crescimento da população mundial, o aumento da longevidade, a diminuição do número de guerras etc. mostram que o mundo vem se tornando bem melhor do que já foi.

Claro, ainda há 1 bilhão de famintos. Contra outros 5 bilhões que reclamam de barriga cheia...

Auto Tune Top Five

O Auto Tune é o Photoshop da música. Um programa de computador que transforma qualquer cantor de chuveiro num Frank Sinatra. E já que a onda de videos "tunados" varre a internet, apresento para vocês o meu, o seu, o nosso Top Five dos mais engraçados vídeos "tunados" da rede.   

Em 5º Lugar

Raciocínio Racional

Isso é que é papo cabeça!

4º Lugar

Os Velinho e as Velinha...

Olha a cara do repórter...

3º Lugar

O Nobre Deputado Camarinha

Viu aí? E você ainda fica criticando os "pobre coitado"...

Em 2º Lugar

Causei Um Acidente Embriagado

É incrível como bêbado gosta de falar bonito. E tem desculpa pra tudo.

Em primeiríssimo lugar Joel Santana: 

Left, Right, Medium & Behind

Hey hey hey! Joel é o nosso rei!

Humm... sabe que ele tem razão?

Se você não entende bebenês é melhor nem tentar.

A rua X A mídia

Não parece o Xanddy, do Harmonia?

Não... qualquer semelhança é mera coincidência!

Dinheiro é dinheiro... E não se fala mais nisso!



"Com meu dinheiro eu tapo a boca de qualquer um"
Dr. Werneck, personagem de Nelson Rodrigues



Pra encerrar esta história só resta analisar duas coisas: A primeira é que nem mesmo o ato da compra garante felicidade. Podemos ser super mal-atendidos, não encontrar o que se procurava ou até mesmo, na última hora, descobrir que o produto não era "assim uma Brastemp"... Por mais dinheiro que se tenha a realidade tem suas limitações.

A segunda é: sim, às vezes fazemos "a compra perfeita", com direito a atendimento de
Marajá e produtos que
superam expectativas durante toda a sua vida útil...
Será a prova de que o dinheiro, indiretamente, e apenas em alguns casos, pode trazer felicidade?

Não, eu lamento... Pois, a compra perfeita não basta. Precisamos comprar mais e mais, eternamente buscando uma felicidade que sempre vem e nunca chega. E enquanto dura essa busca algumas compras são perfeitas, outras nem tanto... Mas, se pensa que a felicidade se resume na soma de todos aqueles momentos da "compra perfeita" saiba que os psiquiatras tem um nome para você: Oneomaníaco. Seu oneomaníaco!

Não se iluda: não dá pra se livrar da oneomania sem ajuda profissional. A boa notícia é que há psicoterapeutas, psiquiatras, medicamentos tarja-preta para os casos mais graves, e até grupos como o DA (Devedores Anônimos) à sua disposição...

Dinheiro é dinheiro... E vice-versa!

El Comandante Fidel. Open Hapiness...

O slogan "Abra a felicidade", da Coca-Cola, talvez seja o exemplo mais claro de como o marketing insiste em unir dinheiro e felicidade nas nossas mentes. "Compre pra ser feliz"... Viu? A culpa é do marketing.

O pior é que isso tem cara de verdade. Por que parece tão óbvio que tendo dinheiro você será feliz? É que o ato da compra sempre causa satisfação. É o momento de realizar um desejo, de atingir uma meta, atender uma necessidade, de dar uma dentro... Na pior das hipóteses: livrar-se de um problema.

O sistema nervoso gosta. Fica mais calmo...

Mas o Procom recebe milhares de ex-felizes todos os meses. Gente que comprou, gostou e depois ficou infeliz.

Ou seja: a mesma coisa que traz felicidade no ato da compra algum tempo depois te dá nos nervos... E ninguém se lembra que a culpa foi do dinheiro...

Dinheiro é dinheiro!

Dinheiro, por definição, é o valor convencional usado em transações financeiras. Felicidade é mais complicado. Mas, você vai concordar que felicidade é "alguma coisa" que deixa o nosso sistema nervoso numa boa. Então, onde estaria o elo entre o dinheiro e a felicidade?

Parece que no resultado das transações financeiras. Nos produtos e serviços que se adquire. Nos pagamentos que se faz. No crédito recebido... Essas coisas realmente mexem com nosso sistema nervoso.

Mas aí temos uma relação indireta! Não é que o dinheiro traga felicidade. Ele traz produtos, serviços etc, e estes é que trariam a felicidade. E além de ser uma relação indireta não é exclusiva. Digo, as coisas que se adquirem com dinheiro não são as únicas que agradam ao sistema nervoso. E elas nem sempre agradam.

Pois, nem todo produto é o que parece... Nem todo serviço cumpre o que promete...
A felicidade continua um mistério. Mas o dinheiro... É só dinheiro.